sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Karaoke, Washington e frango cru

Já pode morrer de saudades? Pois é, estou no finalzinho da minha terceira semana aqui em Boston, só tenho mais uma semaninha, e a saudade já tá começando a bater. Na sexta passada me joguei com a turma da escola num animado karaoke. Fui sozinha, com o desafio de me enturmar. E quem me conhece sabe o quanto isso é difícil quando estou sozinha... hahaha! E não é que consegui? Tudo bem, dei uma sorte danada porque conheci uma brasileira e logo ficamos amigas, então tudo ficou mais fácil, embora a maior parte do tempo as duas tenham tentado manter o foco no inglês.

O karaoke parecia festa da ONU. Turcos, colombianos, coreanos, japoneses, árabes, espanhóis e, claro, brasileiros, todos fazendo a maior farra. O professor que nos acompanhou era super animado, o que deixou todo mundo muito à vontade para a cantoria. A diversão era total, mas o negócio pegou fogo mesmo quando um brasileiro resolveu cantar sertanejo universitário. Os gringos enlouqueceram! Outro momento animado da noite foi quando os árabes subiram no palco. E eu subi também, pra dançar com eles, hahahaha! Não posso reclamar que não curti uma balada bostoniana!

No dia seguinte madruguei para conhecer a capital do país, Washington DC! O Zeca, meu anfitrião, foi me pegar no aeroporto. Finalmente conheci a esposa dele, Shannon, uma americana fofa que me recebeu super bem. Ah, e não posso esquecer da Baby V, porque os dois estão esperando uma menininha para novembro. E também tem duas cachorrinhas lindas. Enfim, família de comercial de margarina, adoro! Era o chá de bebê da Shannon (aqui eles chamam de Baby Shower). Conheci uma amiga dela e pude treinar bem o meu inglês.

Zeca me levou para conhecer os principais pontos da cidade. O final de semana teve dias lindos, portanto conseguimos conhecer muita coisa a pé. Washington é uma cidade grandiosa, com enormes construções que ficam muito longe uma das outras!rs O que não é muito grande, por incrível que pareça, é a tal Casa Branca. Mas é linda do mesmo jeito. Aliás, todos os pontos históricos são lindos, de encher os olhos! O Zeca fez fotos maravilhosas, mas ainda estou esperando ele me enviar, o pobre está atarefado com as coisas da casa, só por isso eu perdoo a demora. Ah, também fiz uma carteirinha na maior biblioteca do mundo, souvenir para poucos!

A terceira semana em Boston foi para recapitular alguns trechos da cidade que eu ainda queria visitar. Fiz o tradicional passeio no carro anfíbio que circula pela cidade e depois entra no mar, fui ao The Museum of Fine Arts, na Charles Street e passei um bom tempo nos parques Boston Common e Public Garden, lindos!

Mas, como sempre tem alguns perrengues, a dona da casa onde estou não está tão dócil. Essa semana ela esqueceu que eu iria viajar e reclamou porque não passei o final de semana em casa, implicou com o barulho do secador de cabelo às 21h e quase surtou porque eu estava falando no skype depois das 22h. Isso porque ela está recebendo por eu estar aqui. Eu simplesmente desisti da comida (rolou até frango frito por fora e cru por dentro), me sinto num presídio, vou fazer uma bela cartinha de não recomendação, mas só quando eu sair daqui, pois antes eu tenho medo de ela me envenenar! hahaha!

As minhas amigas espanholas foram embora hoje. Fiz uma nova amiga, Diana, colombiana. Amanhã vamos ao cinema, vamos ver o quanto vou conseguir entender.

E rumo a minha última semana em Boston! 


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A praia me chama!

E eis que estou de casinha nova! Mudei no último sábado, agora estou em Revere, a primeira praia pública americana, apenas 20 minutinhos de Boston! Não tem jeito, o meu negócio é praia! Chegar aqui não foi muito fácil, arrastei minha pesada mala até a parada de trem de Wellestey Square, não queria morrer com 50 doletas de taxi novamente. Mas pelo menos o exercício serviu para esquentar, porque peguei -4 graus nesse dia! A caiçara quase morreu! Ah, e um fato curioso, o taxista que me trouxe pra cá era a cara do Morgan Freeman!

O sábado também foi despedida da Ayako, que voltou para o Japão. Apesar de pouco tempo, ficamos muito amigas, ela é uma pessoa encantadora, me escreveu um cartão lindo, já posso dizer que fiz uma amizade de verdade na minha louca viagem.

A dona da casa em Revere é uma senhorinha italiana de 82 anos, Margarita. Me recebeu com muito carinho e logo me mostrou o meu quarto novo. Não é igual ao de Wellesley, mas é honesto. Tem caminha confortável e internet, é o que importa! Além de mim, tem outra estudante aqui, uma suíça super bonita chamada Anne. Com ela tenho oportunidade de treinar bastante meu inglês, porque Margarita tenho o sotaque bem acentuado e às vezes ela faz uma mistureba de inglês, italiano e espanhol.

No domingo fui conhecer a cidade das bruxas, Salem. É um lugar fascinante, assisti a uma peça sobre o julgamento das supostas bruxas e também visitei o Salem Witch Museum. Andei bastante por alguns pontos históricos e fiquei meio impressionada com o cemitério e com o lugar onde as mulheres foram enforcadas. O ar é tenso, me lembrei da sensação que senti quando conheci o Coliseu, no meu mochilão pela Europa. Aconteceu uma coisa engraçada, resolvi seguir meu instinto e andar sem olhar o mapa, para ver onde eu iria chegar. E onde cheguei? No mar, é claro! Encontrei a área marítima da cidade assim, meio sem querer, acho que foi o cheiro do mar que me atraiu, coisas de caiçara!

Depois do frio horroroso que enfrentei no sábado, eis que curto um dia relativamente quente em Boston. A segunda-feira foi bem agradável, fui até Cambridge conhecer MIT e Harvard, acabei curtindo um solzinho por lá. O dia estava tão gostoso que resolvi voltar logo pra casa para conhecer a tal praia de Revere. Até que enfim pude tirar minha roupa de ginástica da mala! Corri pela praia, cantei sozinha, andei bem pertinho do mar, peguei conchinha (mesmo sendo proibido), enfim, saí revigorada! 

Foi bom curtir a segunda de dia porque na madrugada a gastrite fez sua estreia em solo americano. Nada muito grave, mas dormi mal e meu inglês na terça foi terrível. Os gringos perdiam a paciência comigo, porque eu simplesmente não conseguia entender nada do que eles falavam e pedia para repetir a mesma coisa várias vezes. 

E por falar no inglês, to quase dando na cara de uma ucraniana chata que tem na minha classe, metida a sabidona, corrige todo mundo, monopoliza o professor, desdenha das informações dos outros países, enfim, tá faltando bem pouco para ela conhecer quem é a Soraya. Escutar a nossa discussão já virou atração para o restante da classe, hahahaha!

Como minha visita à Harvard foi rápida, hoje resolvi voltar para fazer um tour guiado, com detalhes sobre a história do local. Descobri que a biblioteca foi praticamente toda doada por uma sobrevivente do Titanic e que os parques internos serviram de cenário para o filme Love History. Hoje também conheci um pedacinho da área marítima de Boston, mais mar pra matar a saudades da maresia!rs

No próxima final de semana vou conhecer Washington DC. Com certeza terei mais histórias para registrar.



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quem disse que não teria perrengue?


Hoje é o meu quarto dia aqui em Boston e, como toda a viagem, começaram a surgir os primeiros perrengues. Como eu já disse no post anterior, a casa onde estou é linda, confortável, mas longe para baralho!!! A distância não seria problema, se não fosse a grana. Em uma semana eu gasto com transporte o mesmo que um estudante em Boston gastaria por mês. Imagina o quanto fiquei feliz com essa novidade! O fato é que já conversei com os responsáveis pelas acomodações em casa de família e essa situação deve ser resolvida ate sábado.

Deixando essa chatiação de lado, minha rotina tem sido bem interessante. A dona da casa prepara café da manhã para mim e para Ayako, minha amiga japonesa com carinha de boneca. Graças a Deus não tem ovos e bacon, mas parece ser bem típico: iogurte grego, pães doces, suco de laranja e frutas: (morango, abacaxi, frambroesas e bluebarries, chique…rs. Tudo é colocado em uma embalagem de papel pardo, como nos filmes, e costumamos tomar o café dentro do trem (o maldito, que eh caro pra dedéu).

Acho que já posso dizer que conheço um pouquinho de Financial District, bairro onde fica a escola. Eu e Ayako já pernamos muito pelas redondezas e já não nos perdemos muito para achar uma estação de metro. Boston é maior do que eu pensava, não é tao fácil assim andar pela cidade.

O primeiro dia foi bem cultural, com uma visita ao Isabella Stewart Gardner Museum, um dos mais famosos por aqui. Também já conheci outros pontos turísticos como: Beacon Street, Massachusetts State House, Old State House, Center Plaza, Quincy Market, Trinity Church, Prudential Center, Acorn Street e algumas ruas de Beacon Hill e Back Bay. Até rolou um cupcake free na Newbury Street! Alegria de pobre até em Boston, hahaha!

Fiz amizade com uma espanhola que filha de brasileiros e que fala português. Evito ao máximo falar em português com ela, mas confesso que é bom saber que tem alguém que entende sua língua por perto. Ontem conheci uma brasileira, mas só falamos em inglês. A cidade tem muito brazuca, ontem mesmo escutei uma senhora com um sotaque bem arretado!

Ontem foi minha primeira aula oficial, com material didático e tudo mais. Os coleguinhas não são lá aquelas coisas, mas os professores são bem bacanas.

E por falar em perrengue, nem vou dar muito atenção para isso, mas fica para registro: perdi meu iPhone no maldito trem. Foi duro, chorei, perdi algumas fotos, mas como sou uma mulher de soluções parei de resmungar e comprei outro, lindo e mais atual. Eu mereço!

No geral, meu humor alterna entre feliz e entusiasmada para um peixe fora do aquário. Adoro essa enxurrada de informações, mas sei que vou ficar bem contente quando voltar pra casinha. Talvez seja esse lance da casa que esta me preocupando e me deixando um pouco travada, vamos ver o que os próximos dias me reservam.


domingo, 7 de outubro de 2012

Detroit, Newark e, finalmente, Boston!

Finalmente cheguei nos EUA! Bom, primeiro dizer que tive uma surpresa nada agradável quando cheguei no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Descobri que meu voo não tinha escala e sim conexão. Não fiquei nada confortável com a ideia de trocar de avião. E ainda tive que aturar uma atendente malcriada da Delta, mas beleza, segui em frente.

O voo foi cansativo, mas tranquilo. Achei a companhia aérea bem xumbrega, nem ofereceram kit de higiene pessoal! A entrada no país foi sossegada também. Peguei umas dicas com uma brasileira simpática que estava no voo e encarei o cara da alfandega. Meu inglês não me decepcionou e fiquei bem feliz com isso.

O aeroporto de Detroit é enorme, com vários portões. Porém, diferente do Brasil, onde você tem que pegar um ônibus lotado para encontrar o avião, aqui eles têm trens super rápidos e organizados. O voo até Newark também foi calmo, punk mesmo foi a tal Newark Peen Station, onde eu peguei o ônibus até Boston. Lugar mega sinistro, tive que esperar quase três horas vendo todo o tipo de pessoa esquisita. Um homem ficava olhando pra minha cara gritando "I speak Spanish, I speak Spanish!". Tive vontade de responder, "sorte sua, porque eu não falo"! Culpa da minha cara de latina...

E finalmente cheguei em Boston, depois de quase 24 horas viajando. A casa onde vou morar até novembro é uma graça e meu quarto é super confortável. Tem outra estudante na casa, uma japonesa fofa. A dona da casa me recebeu com um mimo. Amanhã não tem aula, vou poder descansar um pouco mais. Mas a semana será bem puxada, vou ter que levantar bem cedo, por conta dos horários do trem. Isso pode afetar meu humor, mas até agora, estou bem feliz!